ATA DA QUINQUAGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 07-6-2010.

 


Aos sete dias do mês de junho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Dr. Raul, Elias Vidal, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Maria Celeste, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Paulinho Rubem Berta, Sebastião Melo e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, André Carús, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juliana Brizola, Luiz Braz, Nilo Santos, Paulo Marques, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Dr. Raul, o Projeto de Lei do Legislativo nº 081/10 (Processo nº 1746/10). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios do senhor Prefeito: nos 567 e 568/10, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 016 e 017/10 (Processos nos 2238 e 2239/10, respectivamente); e nº 572/10, encaminhando Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo nº 143/09 (Processo nº 3296/09). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 475519, 477396, 478579, 480252 e 488495/10, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o senhor Presidente registrou o transcurso, no dia de ontem, do Dia do Acemista. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao senhor Luiz Carlos Corrêa da Silva, que, em nome da Associação Médica do Rio Grande do Sul – AMRIGS –, discorreu acerca da atuação dessa entidade, por meio do Projeto Fumo Zero, em prol do controle do tabagismo em Porto Alegre. Durante o pronunciamento do senhor Luiz Carlos Corrêa da Silva, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Dr. Raul e Toni Proença e a vereadora Maria Celeste manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e dois minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Haroldo de Souza, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares do dia de hoje ao dia doze de julho do corrente, tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente André Carús, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do nome parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude. Na oportunidade, foi apregoada Declaração de autoria do vereador Dr. Raul, Líder da Bancada do PMDB, informando o impedimento do suplente Clóvis Acosta Fernandes em assumir a vereança do dia de hoje ao dia doze de julho do corrente, em substituição ao vereador Haroldo de Souza. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao vereador André Carús, que se pronunciou nos termos do artigo 12, § 8º, do Regimento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador André Carús. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Idenir Cecchim, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, em tempo cedido pelo vereador Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, André Carús, João Antonio Dib e João Carlos Nedel. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Tarciso Flecha Negra, Luiz Braz, Aldacir José Oliboni e João Antonio Dib. Na ocasião, o senhor Presidente registrou os transcursos dos aniversários dos vereadores DJ Cassiá e Dr. Raul, respectivamente nos dias três e seis de junho, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de cartões de felicitações a Suas Excelências. Também, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, o senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao vereador Reginaldo Pujol, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, do dia três de junho do corrente ao dia de ontem, em jornada promovida pela Central Nacional de Outdoors, no Município de São Paulo – SP. Durante a Sessão, foram registradas as seguintes presenças: dos deputados estaduais Fernando Záchia e Edson Brum; do desembargador Bráulio Marques, representando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; dos senhores Valter Nagelstein e Carlos Alberto Garcia, respectivamente Secretários Municipais da Produção, Indústria e Comércio e do Meio Ambiente; do senhor João Pancinha, Diretor-Presidente da Companhia Carris Porto-Alegrense; do senhor Ernesto Teixeira, Diretor-Geral do Departamento de Esgotos Pluviais; do senhor Roni Marques Corrêa, Secretário-Adjunto da Secretaria Municipal de Gestão e Acompanhamento Estratégicos; do senhor Carlos Alexandre Varante Ávila, Secretário-Substituto da Secretaria Municipal dos Transportes; do vereador Cassiano Subtil, da Câmara Municipal de Bom Jesus – RS –; do senhor Omar Ferri Júnior, Diretor-Executivo do Programa Estadual de Defesa dos Consumidores do Rio Grande do Sul – PROCON-RS –; e do senhor Léo Antônio Bulling, Coordenador Municipal de Defesa Civil. Às quinze horas e cinquenta e oito minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo vereador Aldacir José Oliboni, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Mario Manfro e Bernardino Vendruscolo e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Quero cumprimentar o Sr. Zolair Trindade de Oliveira, Secretário-Geral da ACM Rio Grande do Sul, pela passagem, no último dia 06, do Dia do Acemista.

Leio o perfil da Associação Cristã de Moços (Lê.): “É uma organização sem fins lucrativos, fundada em Londres em 1844. Com mais de 160 anos de existência, a instituição está presente nos cinco continentes, em 122 países, com 14 mil sedes e 45 milhões de associados. Atualmente é considerada a maior ONG do mundo. Em 26 de novembro de 1901, foi fundada a ACM Rio Grande do Sul, sendo esta a precursora na introdução de vários esportes no País, na comemoração do Dia das Mães - em 1918, em Porto Alegre - e na organização de lideranças jovens. A ACM Rio Grande do Sul segue as linhas filosóficas das ACMs do mundo, mas tem autonomia nas suas ações, tendo missão, objetivos e serviços próprios. A ACM, através das suas diferentes áreas de atuação no Estado, busca o crescimento harmonioso da alma, corpo e mente, visando o desenvolvimento integral do ser humano. A ACM Rio Grande do Sul é declarada legitimamente de utilidade pública, reconhecida por todas as esferas governamentais, sendo seu objetivo promover o aperfeiçoamento espiritual, moral e social de seus associados; sua missão é ser agente na transformação da sociedade, promovendo a vida com amor, justiça e paz, de acordo com a mensagem cristã.” Está feito o registro da passagem do Dia do Acemista no último dia 06, domingo; saudamos, dessa forma, a Associação Cristã de Moços.

Solicito que o Ver. Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, proceda à leitura das proposições.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Bernardino Vendruscolo): (Lê as proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Luiz Carlos Corrêa da Silva, representando a Associação Médica do Rio Grande do Sul, a Amrigs, está com a palavra para tratar de assunto relativo à atuação do Projeto Fumo Zero no controle do tabagismo na cidade de Porto Alegre, pelo tempo regimental de dez minutos.

 

O SR. LUIZ CARLOS CORRÊA DA SILVA: Boa-tarde a todos. Em nome da Amrigs, do Conselho Regional de Medicina e do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, venho trazer a posição das entidades médicas com relação à lei de controle do tabagismo municipal. Atualmente, existe a Lei nº 555, que é de 2006, e a nossa posição é de que essa lei seja atualizada em relação ao que a Organização Mundial da Saúde preconiza para o controle do tabagismo. Vou apresentar nossas posições utilizando o PowerPoint, com o objetivo de deixar claras as nossas informações. (Começa a exposição com a utilização do PowerPoint.)

Quero me apresentar, porque, realmente, a maioria dos senhores não deve me conhecer. Eu sou médico especialista em Pneumologia, sou Doutor em Medicina Pneumológica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, sou professor em três universidades, que aqui estão, e Chefe do Serviço de Pneumologia da Santa Casa de Porto Alegre. A minha atuação no Programa de Controle do Tabagismo é como Coordenador do Fórum Fumo Zero, que é a congregação das entidades médicas do Rio Grande do Sul em torno dessa questão; sou Coordenador de Programas de Controle do Tabagismo da Santa Casa e da Universidade Federal de Ciências da Saúde, sou membro da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia.

Tenho que declarar - isto é uma coisa importante - que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, exige que eu não participe em trabalho de pesquisa com medicamentos para o tratamento do tabagismo e quero dizer que não tenho qualquer vínculo com a indústria do tabaco. Isso é importante, pois tenho total isenção em relação a interesses peculiares.

O nosso Fumo Zero, da Amrigs, tem dois objetivos principais: um é o que me traz aqui hoje, que são as atuações políticas para o controle do tabagismo, e outro é um apoio técnico para desenvolver, capacitar setores, grupos e empresas para o controle do tabagismo. Desde 2001, ou antes disso, nós, como Presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, fomos ao então Ministro Serra, e, nesse encontro que vocês estão aqui observando, saíram diversas programações, entre as quais as fotos das carteiras de cigarro colocando as alarmantes, tristes situações das pessoas que fumam, os riscos que elas correm, e outras políticas de controle do tabagismo que tivemos a partir do ano de 2001. Nós fomos ao então Germano Rigotto, ao então Secretário da Educação Fortunati também levar a eles diversas propostas para que o controle do tabagismo em nosso Estado fosse mais organizado e até de certa forma promovido pelos nossos órgãos públicos. Fomos à Câmara Municipal de Pelotas, numa situação exatamente como esta daqui hoje, para lá fazer uma interação com os Vereadores de Pelotas, a fim de que a lei municipal fosse colocada da forma mais correta sob o ponto de vista de proteção principalmente dos não fumantes. Nós participamos da capacitação de profissionais da Saúde em cursos anuais na Associação Médica, em empresas, em diversas situações, levando sempre informações e maneiras como uma empresa, como as pessoas podem tratar e lidar com o problema. Nas datas alusivas de 31 de maio e 28 de agosto, temos ido, junto ao nosso público, nas praças, nos shoppings, levar informações e estímulo, e acho que isso está faltando para alguns de nós neste momento.

Esta é uma informação que a OMS dá há alguns anos: “Estão morrendo cinco milhões de pessoas, por ano, no mundo todo, em consequência das doenças associadas ao tabaco”. Se nada fizermos, isso vai duplicar em 20 anos. Por que está acontecendo esse incremento? Porque o tabagismo está, hoje, grassando como uma epidemia principalmente entre os países mais pobres e entre as pessoas mais pobres de qualquer país. É alarmante: diariamente, cem mil crianças iniciam a fumar. E vocês devem ter assistido, na última semana, a um quadro triste: uma criança de dois anos, na Indonésia, fumando 40 cigarros por dia, e a família achando que isso era muito bonito! O nosso estoque de fumantes é de 1,2 bilhões com 5 milhões de mortes.

Quando um cigarro queima, o que vai para os pulmões do fumante é menos do que vai para o ar do ambiente; quando um cigarro é acesso em um ambiente fechado, mais vai para o ambiente do que para o pulmão do fumante propriamente dito. Nos ambientes cem por cento livre de fumaça de tabaco, há um benefício para todos: os não fumantes são protegidos, os fumantes passam a fumar menos, e os jovens são influenciados, sendo o exemplo o melhor discurso, e o ambiente fica mais limpo. Não fumar em ambientes fechados faz parte da educação e é um dever de cidadania. Quando se faz necessário, obviamente existe a proibição. Infelizmente a proibição é necessária em um ambiente coletivo. Um cidadão exposto deve ser protegido. Isso só vai acontecer se houver ambiente sem fumaça, o que depende das políticas de controle. Este é o papel da Câmara: assumir posição, uma posição definida, uma posição clara. É isso que a nossa Amrigs, o Cremers e o Simers estão trazendo aqui hoje. Vejam bem, estou passando informações científicas, não é conversa fiada. Na Irlanda do Norte, após a proibição de fumar em ambientes fechados, houve uma queda de 30% em infarto agudo do miocárdio. Isso foi, no ano passado, uma pesquisa feita naquele país.

Como estão as nossas leis? A lei federal, a lei estadual e a lei municipal são as leis que nós já temos e são semelhantes - elas proíbem fumar em ambientes fechados. No entanto, há vários problemas em relação a essas leis: primeiro, admitem um fumódromo; segundo, nada dizem, e ainda ficam faltando fiscalização e penalização. Então, a proposta das entidades médicas é a seguinte: que as leis proíbam o fumódromo. O fumódromo é aquele espaço fechado onde é permitido que pessoas fumem, jantem, bebam, e ali vai entrar o trabalhador - que não é protegido -, ali vão entrar o acompanhante e o próprio fumante. Num ambiente fechado, ele fuma duas vezes: fuma o cigarro dele e fuma a fumaça ambiental. Está provado, hoje, que os fumantes que assim procedem têm maior impacto de doenças e de mortalidade. Até o fumante, não fumando em ambientes fechado, é protegido. É incrível, mas isso acontece.

Por que o fumódromo é prejudicial? Ele não protege o trabalhador - o garçom -, não protege os acompanhantes, não protege o próprio fumante, e é um mau exemplo para os nossos jovens. Os nossos jovens vão fazer amanhã aquilo que nós fazemos hoje, talvez mais ainda. Por que a fiscalização e a penalização são indispensáveis? Porque lei que visa mudar comportamentos e costumes sem fiscalização e penalização torna-se vazia, sem valor. Eu não vou listar tudo o que a Convenção Quadro da OMS cita, apenas para um item vou chamar a atenção: é à proteção da população do tabagismo passivo, e esse é o motivo de as entidades médicas estarem vindo hoje a este Plenário, exatamente para que os senhores pensem bem sobre esse processo, pensem bem sobre essa oportunidade de dar um benefício real para a saúde da população. Este Plenário tem que assumir o seu papel. E a medida de maior impacto para o controle do tabagismo, segundo a OMS, é, sem dúvida, um ambiente cem por cento livre de tabaco.

Sobre o futuro do tabagismo, nem é preciso fazer uma premonição para saber isto aqui. O futuro não admitirá o tabagismo, porque a sociedade não o vai aceitar mais, as políticas serão cada vez mais restritivas, os programas de tratamento serão acessíveis, e os custos serão direcionados para, exatamente, os dois maiores atores dessa questão: o fumante e a indústria. Então, trazemos essa ideia para que cada um faça dela a sua ideia: fumo é zero, não tem dose segura! Obviamente, todos nós queremos para nossas famílias, para nossos filhos isto aqui: saúde, qualidade de vida. Ninguém deixará de concordar com essa proposta.

E deixo uma pergunta: para que arriscar sobre algo que hoje se sabe muito melhor do que se sabia há dez, vinte, trinta ou quarenta anos? Nós temos que atualizar o nosso conhecimento e o nosso comportamento com relação a esse item na nossa vida. Então, o que as entidades médicas propõem para este Plenário é que seja proibido o fumódromo e que se definam a fiscalização e a penalização. Se eu viesse hoje só apresentar isto aqui, já seria suficiente (Mostra painel.), pois todos sabem que o cigarro faz mal e que causa doenças graves e fatais. Então, por que os órgãos controladores do nosso Governo não proíbem a sua comercialização da mesma forma que proíbem a venda de remédios ou alimentos que não são seguros para a saúde? Esta é a palavra das entidades médicas.

Nós agradecemos ao Ver. Beto Moesch e ao Ver. Dr. Raul, que nos propiciaram esta vinda aqui para trazer a palavra das entidades médicas. Também viemos aqui não apenas oferecer mas para pleitear que, em todas as questões de Saúde envolvendo decisão política que venham para este Plenário, as entidades médicas estejam aqui representadas como estão hoje; que, sempre que se discutirem questões de Saúde, as entidades médicas venham colaborar. Nós queremos colaborar para a saúde do nosso povo, e este é um plenário importantíssimo para as decisões. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva, um dos maiores militantes contra o fumo deste nosso País, gostaria de deixar aqui, em nome da Bancada do PMDB, o nosso reconhecimento a todo o trabalho das entidades médicas e a necessidade de realmente fazermos com que eliminemos o fumo nos recintos coletivos fechados, sejam públicos ou privados. Isso é saúde, isso é longevidade, isso é preocupação com a qualidade de vida. Eu tenho certeza de que este Plenário vai se debruçar sobre essa matéria com toda a respeitabilidade, com toda a competência; com certeza, vamos melhorar a lei em Porto Alegre, e os recintos coletivos fechados também, na nossa Capital, serão livres do fumo. Eu, como médico, defendo o Projeto Fumo Zero, porque a gente já viu, nesses trinta anos de Saúde Pública, tanta gente morrendo em função das doenças que o cigarro provoca, que acho lamentável que a pessoa fume - mas isso é uma posição minha, pessoal, enfim. A sociedade tem que se debruçar sobre essa matéria e efetivamente melhorar os ambientes, pelo menos neste momento por que estamos passando. Agradeço a sua vinda aqui e desejo saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Toni Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, quero cumprimentar o Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva pela brilhante apresentação e pela luta contra o tabagismo principalmente em locais fechados na Cidade. Falo em nome da Bancada do PPS, composta por este Vereador, pelos Vereadores Elias Vidal e Paulinho Rubem Berta - um tabagista que estamos tentando ajudar a se livrar do vício, inclusive reclamava, porque achava que a Secretaria da Saúde, o próprio Sindicato Médico e a Associação Médica do Rio Grande do Sul deveriam criar um programa para ajudar os dependentes de tabaco a se livrar desse vício. Contem com a nossa Bancada para a aprovação do Projeto de Lei que já tramita nesta Casa proibindo o fumo em locais fechados na nossa Cidade. Tenho certeza de que isso ajuda na qualidade de vida de todos os porto-alegrenses e de todos que nos visitam. Parabéns pelo trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva, é uma honra recebê-lo em nosso plenário. Falo em meu nome e em nome da Bancada do PT. Acho extremamente significativa e importante a sua presença nesta tarde, trazendo à discussão o Projeto Fumo Zero na nossa Cidade. Nós, que estamos aqui na iminência de votação de um Projeto de autoria dos Vereadores Beto Moesch e Dr. Raul, achamos significativa a sua proposta, a proposta das entidades, do Cremers, da Amrigs e também do Sindicato Médico, no sentido de alertar a população, especialmente os jovens, os quais eu acho ser a população que nós precisamos atingir, crianças e jovens, na cidade de Porto Alegre, onde cada vez mais aumenta o número de usuários de cigarros, uma droga lícita que é disseminada na nossa sociedade. É significativa, é importante a opinião dos senhores, que atuam diretamente nessa causa e que trazem dados tão importantes não só com relação às doenças, mas também com relação à mortalidade que o cigarro causa e traz especialmente para a nossa juventude.

Eu gostaria, Sr. Presidente, de solicitar que o parecer que os senhores têm e a documentação que o senhor nos trouxe nesta Tribuna Popular sejam anexados ao Projeto que já tramita nesta Casa. Temos enfrentado, durante essa discussão, vários impedimentos e várias questões inclusive de forma constitucional, e, como membro da Comissão de Constituição e Justiça, consegui um artifício para que esse Projeto pudesse tramitar nesta Casa. Porque, se fosse pela disposição da legalidade e da forma como foi apresentado, o Projeto sequer poderia estar tramitando, e nós conseguimos construir uma possibilidade jurídica para a tramitação. Então, gostaríamos de solicitar que o senhor encaminhe essa documentação, que ela seja anexada ao Projeto, porque isso vai, certamente, subsidiar a posição dos Vereadores na hora da votação. Muito obrigada pela sua presença.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Agradecemos a presença da Amrigs, representada pelo Dr. Luiz Carlos Corrêa da Silva. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h42min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro – às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Haroldo de Souza solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 07 de junho a 12 de julho de 2010. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Declaração de Impedimento (Lê.): “Na condição de Líder desta Bancada” - do PMDB - “comunico que o Suplente Clóvis Acosta Fernandes se declara impedido de assumir o exercício da Vereança do dia 07 de junho ao dia 12 de julho de 2010. Ver. Dr. Raul, Líder da Bancada”.

Antes de darmos posse ao nosso novo colega, quero dizer que a Casa se sente honrada em receber as seguintes presenças: Deputado Estadual e ex-Presidente desta Casa Legislativa, Sr. Fernando Záchia; Deputado Estadual, Sr. Edson Brum; representante do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, Desembargador Braulio Marques; Secretário Municipal da Produção, Indústria e Comércio, Sr. Valter Nagelstein; Diretor-Presidente da Carris, Sr. João Pancinha; Diretor do Departamento de Esgoto Pluvial, Sr. Ernesto Teixeira; Secretário Adjunto de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Sr. Roni Marques Corrêa; Secretário Substituto Municipal dos Transportes, Sr. Carlos Alexandre Varante Ávila; Vereador de Bom Jesus, Sr. Cassiano Subtil; Diretor Executivo do Procon/RS, Sr. Omar Ferri Júnior; nosso sempre colega Secretário Municipal do Meio Ambiente, Sr. Professor Garcia.

Convido o Líder da Bancada do PMBD a conduzir ao plenário o Suplente André Carús, que assumirá no lugar do Ver. Haroldo de Souza. Solicito ao Suplente André Carús que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Suplente André Carús prestará a seguir.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Declaro empossado o Ver. André Carús. O nome de V. Exª já está aqui consignado: André Carús.

Antes de passar a palavra ao Ver. André Carús, gostaria de registrar a presença do Coordenador-Geral da Defesa Civil, Sr. Léo Bulling.

O Ver. André Carús está com a palavra está com a palavra.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta é uma tarde especial. Modestamente, eu gostaria de dizer que já tendo, através da militância política, exercido algumas funções, já tendo algumas caminhadas lá atrás - como militante do Movimento Estudantil, como dirigente da Juventude do PMDB, hoje como membro da Executiva Estadual do Partido e, a partir da confiança dos meus companheiros, Secretário-Geral do PMDB em Porto Alegre -, considero-me preparado para exercer este importante papel na Câmara Municipal. Por essa razão, acredito que, ainda que em caráter temporário, estarei aqui sempre em sintonia e, com respeito aos meus colegas, contribuindo para o bom andamento, para boas discussões, para o bom debate neste Parlamento, sempre partindo do princípio democrático de respeitar as diferenças e de um diálogo permanente com todas as Bancadas.

Chego a esta Casa com 28 anos, embalado por sonhos e ideais que cultivei ao longo do tempo; muitas vezes, as dificuldades que se impõem, as barreiras que se colocam para a renovação verdadeira da política nos retardam a chegada até o exercício de um mandato eletivo. Tarda, mas não falha. Precisamos renovar não só as pessoas, mas renovar e reformar a política, para que ela continue a ser o grande instrumento de transformação que a sociedade acredita e o único instrumento capaz de interferir realmente na vida das pessoas. Chego aqui também muito pela trajetória que tive, embora com pouco tempo de vida, mas pela escola política que tive dentro de minha própria casa. O professor dessa escola foi meu pai, Eroni Carús, com as suas lições de resistência democrática - esteve quinze anos cassado pelo regime militar - e pela perseverança que tinha na afirmação das suas ideias. Essa perseverança de acreditar, de seguir em frente em nome do ideal, abdicando, muitas vezes, de situações confortáveis para atender a satisfação do seu ideal é que me colocou também a possibilidade de estar vivendo este momento. Ao referi-lo, eu saúdo a minha mãe, testemunha ocular desse relato, Ângela; a minha esposa, Carla, dona dos meus melhores sentimentos. Cito outros tantos peemedebistas que acompanham a nossa jornada e que tiveram papel decisivo para que pudéssemos chegar aqui: o Senador Pedro Simon, nosso Presidente Estadual do Partido; o Deputado Luiz Fernando Záchia, que é o nosso Presidente Municipal, e o Deputado Estadual Edson Brum. Saudando os dois, saúdo todos os meus amigos e companheiros de Partido que estão presentes neste dia. Saúdo também dois amigos muito especiais, de justificada ausência, que têm papel muito importante na nossa caminhada, que são o ex-Ministro Odacir Klein e o ex-Deputado Rospide Neto. Mas queria colocar para vocês... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. André Carús está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Se, no princípio da redemocratização do País, Tancredo Neves, traído pelo destino, afirmou que os apoios fundamentais do corpo e espírito da Nação eram o sentimento e a consciência, hoje eu reafirmo que a Câmara Municipal é corpo e espírito que luta em favor dos anseios da sociedade porto-alegrense. Esta é uma Câmara leal e valorosa, como estampa o brasão de Porto Alegre; esta é uma Câmara comprometida com a diversidade presente na sociedade porto-alegrense; esta Câmara exerce o papel de mediação, de presença, de audiência e é resolutiva das principais demandas de diferentes comunidades. E esse é o grande papel exercido pelo Vereador. O Vereador não é apenas um despachante de interesses dos poucos eleitores que teve; o Vereador tem que ter o pensamento ali na frente; o Vereador deve atender o interesse da coletividade, deve exercer um papel de fiscalização, deve legislar em favor das causas que vão atingir objetivamente o interesse da população de modo geral e não apenas atender interesses contrariados; o Vereador deve estar aqui à disposição do povo, exercendo o seu mandato com responsabilidade e compromisso popular. É com essa disposição, é com esse compromisso, é com esses valores que estamos aqui.

Queria saudar muito especialmente os colegas da Bancada do PMDB: Bernardino Vendruscolo, Idenir Cecchim, Sebastião Melo; o líder da Bancada, Dr. Raul; Paulo Marques e, em especial, o Ver. Haroldo, locutor esportivo mais lembrado pelos gaúchos, ele, já na África do Sul, se prepara para fazer a sua décima primeira transmissão de Copa do Mundo. Desde 1970, quando ainda estava em Minas Gerais, o Haroldo está lá nos representando, sendo um locutor a serviço do Rio Grande e de Porto Alegre.

Não podemos nós, Vereadores, fechar os olhos para temas urbanos que nos afetam, que nos incomodam e que precisam, imediatamente, no mínimo, de um debate e, logo ali, da solução: a mobilidade urbana, que nos impõe engarrafamentos diários e que penaliza trabalhadores, jovens, famílias e estudantes todos os dias; a mobilidade urbana, que reivindica, todo dia, uma nova forma de superação dos seus problemas a partir do índices assustadores de violência no trânsito, que mata mais do que a droga - essa é a mobilidade urbana que queremos enfrentar, debatendo e propondo medidas. Vejam a juventude, que, todos os dias, tem que ser disputada com o mundo da droga, com a falta de oportunidade, com a ausência de inclusão no mercado de trabalho - esse é um tema de que vamos tratar. E, acima de tudo, tratarei da educação pública de qualidade; não a educação pública concebida nos moldes onde se tem muito mais a presença da preguiça, da ausência de recurso, da ausência de estrutura, mas uma educação contemporânea, uma educação que seja adequada aos costumes de hoje e à necessidade que as futuras gerações têm de receber um currículo, um professor, uma matéria que possa prepará-la para enfrentar o mundo. Não podemos permitir que essa criança, que esse jovem, que esse integrante da futura geração seja refém da perversidade que temos, exatamente, pela ausência de oportunidades e de investimento nessa área. E nós estamos aqui para isso; sem prejuízo, é claro, daquilo tudo que vem sendo tratado, proposto, debatido nesta Casa.

Vamos sempre nos associar às incentivas que tenham identificação com esse segmento, identidade com a nossa plataforma e, acima de tudo, reconhecendo avanços importantes conquistados pelo Governo Fogaça e a perspectiva de novas conquistas com o Prefeito José Fortunati. Fazer essa justiça é ser fiel à realidade em que vivemos. Estamos num novo tempo e queremos... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.) (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a inversão da ordem dos trabalhos: que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações para aproveitarmos as honrosas presenças que estão aqui, e após enfrentamos a Ordem do Dia e o Grande Expediente.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Idenir Cecchim. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Comunicamos ao Plenário que o nosso novo colega, Ver. André Carús, integrará a Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, a CECE.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Engenheiro Comassetto.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, quero saudar o Ver. Carús, que assume aqui no lugar do Ver. Haroldo de Souza - inclusive, seria importante a sua presença por ocasião da minha fala nesta tribuna. Mas quero falar para alguns colegas que têm se pautado por discutir as questões das legalidades e das ilegalidades neste País.

Começo falando de uma das grandes hipocrisias que existem no País. Eu tenho lido ultimamente nos jornais, em grandes manchetes, o desbaratamento de bingos, de casas de jogos, e aí vem a seguinte pergunta, Ver. Bernardino: e o jogo do bicho, que existe desde a década de 50 e não acontece nada? Ver. Braz, eu leio essas manchetes nos jornais e me pergunto: se a Caixa Econômica Federal, que eu defendo como uma instituição pública a serviço do povo e que faz um bom trabalho, é uma instituição que faz jogatina lícita, legalizada, de manhã, de tarde, de noite, de madrugada, por que não se legalizam os jogos no Brasil? Alguns me criticam dizendo que o jogo vicia; nós acabamos de ouvir que o cigarro vicia e há outras coisas que viciam, como, por exemplo, a bebida. No caso do jogo, é a ludopatia. A ludopatia, o alcoolismo são doenças que devem ser tratadas, inclusive há pessoas que são viciadas no trabalho: para os ingleses é o workaholic, uma pessoa que está embebedada de trabalho, meu caro Brasinha. Agora eu pergunto: por que em alguns momentos vemos uma casa de jogos aberta, todo mundo sabe, e a Polícia não faz absolutamente nada? Eu já pedi reuniões com o 9º Batalhão, com o 11º Batalhão e com o 20º BPM, porque tenho provas contundentes de que, pela manhã, se passa nos botecos da vida para pedir pedágio para jogos, há aquelas maquininhas, em relação a essas, sim, a maioria não tem controle. Em Santa Catarina o jogo foi legalizado estadualmente e havia controle. Aqui não há controle; no Brasil não há mais controle, porque não foram legalizados os jogos.

Por isso aproveito este espaço de Comunicações para dizer que vou continuar lutando por uma Cidade legal, por um Estado legal e por um País legal. Mas quero que legalizem os jogos, porque aí vou poder cuidar de quem é ludopata, de quem é doente; aí vou poder controlar as máquinas, vou poder controlar o bingo. Eu passei em uma comunidade de igreja, na semana passada, e em um cartaz estava escrito: “Domingo, Bingo Festivo”. Então, a igreja não pode fazer, ou faz e tudo bem, e as casas de jogos são fechadas, sim, porque hoje não há base legal. Mas pergunto: o que é feito, por exemplo, em algumas casas noturnas que o Cecchim, como Secretário, fechou; que o Adeli Sell fechou quando era Secretário; que o Valter, como Secretário, está fechando? Mas, no dia seguinte, conseguem liminares e praticam ilegalidades, a começar com o debate que fizemos, hoje pela manhã, na Rádio Gaúcha, aqui em Porto Alegre, no programa Polêmica, do Lauro Quadros, sobre estacionamento ilegal na frente da sua instituição, com flanelinha de luxo, que chamam lá de wallah. Isso é tão ilegal quanto o jogo no Brasil.

Se quisermos ter um País decente, um País com moralidade, onde se possa cobrar, Ver. João Dib, é preciso legalizar os jogos no Brasil, acabar com a hipocrisia, acabar com a possibilidade da mordida do policial corrupto. E é por isso que vou procurar todos os órgãos da Polícia, porque vou dizer, local por local, onde está havendo a “chupação de dinheiro” dessas pessoas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; prezado Gustavo, prezado André, sejam bem-vindos. Hoje venho a esta tribuna, Ver. Cecchim, trazer um debate que tem tomado as páginas dos jornais, os corações e mentes daqueles que não podem visualizar a injustiça e o massacre de um povo. Na quinta-feira, a Sessão foi atribulada, e eu não consegui me pronunciar em nome do PSOL, em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, sobre a lamentável postura do Estado e do exército de Israel com os seis navios que transportavam, nas águas internacionais, dez toneladas de alimentos para um povo que vive um verdadeiro apartheid, que é o povo palestino; para um povo que está em dois pequenos territórios - a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Subsequentemente, o Estado de Israel foi tomando os territórios de um povo que não pode se locomover por entre as estradas que poderiam ligar a Cisjordânia à Faixa de Gaza, porque existe um bloqueio terrorista, genocida, brutal e desrespeitoso a todas as cláusulas dos direitos humanos internacionais, ele proíbe que um palestino da Cisjordânia possa ser transportado à Faixa de Gaza.

Esse povo tem que fazer a volta pelo Oriente Médio, passando pelo Egito, por vários países, para poder visitar os parentes em outra área; metade dele vive abaixo da linha da pobreza, Ver. Toni Proença. Muros foram construídos pelo exército de Israel, para o povo ser revistado dia após dia, noite após noite, sendo tolhida a sua liberdade de passar entre seu próprio território, a ajuda internacional foi interceptada em águas internacionais. Houve o assassinato de nove ativistas de ONGs e de lutas pelos direitos humanos - que levavam alimentos, Ver. Adeli Sell, para o povo palestino - pelo exército de Israel em meio às águas internacionais. Os outros quinhentos foram sequestrados, como falou o Marcos Rolim no jornal Zero Hora de ontem, em seu artigo, na coluna dominical; foram levados para os portos para serem revistados, inquiridos, aterrorizados por uma verdadeira postura que se configura naquilo que os historiadores chamam de terrorismo de Estado. E qual não foi a nossa surpresa? Domingo, depois de protestos gigantes na Turquia, em Londres, no Líbano, no Brasil - porque felizmente em São Paulo e Porto Alegre houve mobilizações da comunidade palestina -, em Israel, onde os jovens judeus juntaram milhares de pessoas para dizer que essa não é a postura que o povo judeu quer do seu Governo, o Governo de Israel mais uma vez interceptou a ajuda humanitária, agora, do navio finlandês Rachel Corrie. E não aceita investigação internacional dos crimes, do genocídio que vem fazendo dentro do seu território e, aliás, dentro do território palestino, tomado pelo exército israelense no decorrer dos anos, desde a Guerra dos Seis Dias.

Pode parecer que não tem nada a ver com Porto Alegre, mas, em primeiro lugar, quando um povo do mundo é injustiçado e participa de uma guerra permanente, esta Câmara também tem que se posicionar, como se posicionou em Honduras. Por isso protocolamos uma Moção de Apoio ao povo palestino e queremos o voto de todos os Vereadores e Vereadoras nesta quarta-feira. Em segundo lugar, porque nós temos a maior comunidade palestina do Brasil aqui no Rio Grande do Sul, e grande parte desses representantes, que estão no Centro da nossa Cidade, estão vendo seus amigos, seus familiares serem verdadeiramente torturados por um Estado genocida que desrespeita qualquer cláusula dos direitos humanos internacionais. Nós temos que nos posicionar e dizer: já basta, respeitem os direitos das mulheres palestinas, dos homens palestinos por um Estado único e por respeito a esse povo histórico!

 

(Não revisado pela oradora.)

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos acompanham nas galerias e pela TVCâmara. Gostaria de dividir com os meus nobres colegas Vereadores e Vereadoras uma questão que muito me preocupa, inclusive quero solicitar o apoio de V. Exas para questão tão importante. Na quarta-feira deve vir a Plenário este Projeto, ele trata da acessibilidade a pessoas portadoras de deficiência visual, falo do piso tátil na Cidade.

Antes de ser Vereador eu já me deparava com as dificuldades dos deficientes visuais. Onde eu moro, há 12 anos, na Rua da Praia, no Centro de Porto Alegre, sempre me deparei com as dificuldades dessas pessoas com os orelhões; no final de ano há muitas festas, e cheguei a presenciar pessoas deficientes visuais se batendo, caindo. E era o meu sonho, como todos sabem, a inclusão social da criança e do adolescente através do esporte, educação e lazer. Está chegando a Copa do Mundo, e seremos muito visitados por outros povos, acho que chegou o momento de Porto Alegre ser aquela cidade humana, aquela Cidade acessível a todos, para que tenham acessibilidade e possam caminhar nesta Porto Alegre com segurança.

Então este Projeto vai estar aqui na quarta-feira, é um Projeto importante para Porto Alegre, pelo que eu vejo na Cidade, pelo que eu converso com as pessoas. Hoje eu estava almoçando, e havia um deficiente visual, conversei com ele um pouco, e ele me perguntou se o Projeto era meu ou se alguém pediu que eu o trouxesse a Plenário. Eu falei: “Não é um Projeto de um Vereador, nem um Projeto de outros; este Projeto é um Projeto que eu vi na Cidade antes de ser Vereador e que eu vejo na Cidade”. Então, ele vai dar condições aos deficientes visuais de andarem com mais segurança dentro da nossa Capital.

Conto com o apoio dos nobres colegas Vereadores e Vereadoras, porque é uma proposta da Cidade, é um Projeto nosso, dos Vereadores, para a cidade de Porto Alegre. Na quarta-feira poderemos discutir mais o Projeto, que é maravilhoso e vai dar uma visão muito grande para Porto Alegre, já que a nossa Cidade vai sediar a Copa do Mundo. Então, vamos dar essa visão para a Cidade, porque em São Paulo e Curitiba isso já existe. É um Projeto simples, gente, é ser humano com ser humano; é dar a tranquilidade e acessibilidade aos cadeirantes, aos nossos deficientes visuais, para que eles possam ir e vir com segurança dentro da nossa Cidade. Que Deus nos abençoe, para que, na quarta-feira, possamos aprovar esse Projeto e dar algo maravilhoso para a nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Peço que os Vereadores Dr. Raul e DJ Cassiá, nossos aniversariantes da semana, se aproximem da Mesa. (Palmas.)

 

(Procede-se à entrega dos cartões de aniversário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quando eu vinha para cá, o meu amigo Dr. João Dib estava dizendo que, se não fosse uma comunicação urgente, não seria uma Comunicação de Líder. E eu digo ao Ver. Dib que ela é urgente, porque diz respeito a alguma coisa que estará acontecendo na Casa amanhã. Por ser boa para toda a Cidade, eu queria convidar todos os Vereadores e os técnicos da Casa para que estivessem conosco em um seminário que será realizado amanhã, a partir das duas horas da tarde, lá no Plenarinho. É um seminário chamado pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa, que é presidida pelo Ver. Pedro Ruas, e visa a fazer uma discussão a respeito do mobiliário urbano em nossa Cidade. Fazia muito tempo que nós queríamos discutir o mobiliário urbano em nossa Cidade. E, de lá para cá, desde que nós pedimos que fosse feito um seminário, já aconteceram muitos fatos ligados ao mobiliário urbano e à sua conservação.

Eu quero lembrar que aquele menino que morreu com um choque elétrico no corredor, em um dos pontos de embarque para os ônibus, estava exatamente em um dos mobiliários urbanos da Cidade, que é a parada de ônibus. O que vamos discutir amanhã é exatamente a situação do nosso mobiliário, aquilo que nós podemos fazer para melhorar o mobiliário; aquilo que existe de melhor em outras cidades, não apenas aqui no Brasil, mas no mundo, vamos mostrar amanhã no seminário. E um dos convidados, meu querido amigo Ver. Pujol, vem lá de São Paulo: é um dos técnicos que hoje dirige a Emurb - um dos departamentos da Prefeitura de São Paulo que cuida exatamente do mobiliário. Nós sabemos que, lá em São Paulo, aconteceu, não faz muito tempo, uma verdadeira revolução no campo do mobiliário urbano, principalmente com relação a outdoors. Eles foram muito radicais em São Paulo - eu não pregaria aqui, na nossa Cidade, o mesmo radicalismo que foi feito em São Paulo, Ver. Brasinha.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Alceu Brasinha.)

 

O SR. LUIZ BRAZ: Vossa Excelência apresentou um Projeto, e eu acho que tem que estar presente amanhã no seminário que vamos realizar.

O que queremos é que aqui em Porto Alegre possa haver um meio-termo, que não seja o que está acontecendo hoje na Cidade em termos de outdoors, mas que se possa, sim, aliviar um pouco a quantidade dos que existem na Cidade. Inclusive, eu já disse para a própria empresa responsável pelos outdoors que, se eles diminuírem o número, estarão valorizando o ponto de exposição. Então, é bom para eles, é bom para a Cidade.

Acho que da discussão de amanhã, que faremos no Plenarinho, todos os Vereadores deveriam participar, porque essa discussão é rica, diz respeito a todos nós - bancas de revistas, bancas de chaveiros, bancas de sapateiros, pontos de ônibus, outdoors, enfim, a tudo aquilo que ocupa um pouco do leito da rua ou que está em exposição nas ruas e que faz parte daquilo que chamamos de mobiliário urbano. O seminário será amanhã às 14 horas, no Plenarinho desta Casa, todos estão convidados. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, solicito Tempo Especial para prestar contas de uma representação que fiz desta Casa na última semana sobre o assunto que o Ver. Braz acaba de invocar na tribuna, o que é muito presente, porque, amanhã, teremos esse seminário aqui, em cujo sucesso a CCJ e todos nós estamos apostando tanto.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): A Mesa defere, Vereador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, eu tive a oportunidade de ouvir a parte final do pronunciamento do Ver. Luiz Braz, com o qual, evidentemente, eu concordo plenamente. O Ver. Braz, com o apoio da Verª Maria Celeste, desde os primórdios deste ano, procura sensibilizar a CCJ, e obteve êxito na sua tentativa, para a realização do seminário que ocorrerá amanhã, nesta Casa, em Porto Alegre, e que contará, inclusive, com a presença da representação da Empresa Metropolitana de Urbanismo de São Paulo, que é, digamos assim, a operadora da grande revolução que, em termos de mídia externa, ocorreu na cidade de São Paulo. Quero, obviamente, me solidarizar com o Ver. Braz e me integrar à sua expectativa.

Estive neste fim de semana em São Paulo e tive a oportunidade de ver os novos conceitos que a matéria enseja - o Ver. Braz já teve a oportunidade de se manifestar sobre isso. Hoje não se fala mais em outdoor como um equipamento isolado: fala-se num conjunto da mídia externa, que tem de ser integrada entre si; dessa integração, resulta a harmonização e a consequência positiva que o trabalho traz para todos. Disse bem o Ver. Braz: no início, a esse trabalho, especialmente com a redução drástica do número de outdoors que existia na cidade de São Paulo, houve uma reação e uma resistência muito grande. Pois eu tive a oportunidade, neste fim de semana, de falar com pessoas que se julgavam vítimas há dois anos e que hoje apoiam decididamente o trabalho organizado, até porque, Ver. Braz, sob o ponto de vista econômico-financeiro - e o empresário tem de procurar esse tipo de resultado -, eles hoje podem, tranquilamente, ter resultados compatíveis com o investimento, de uma forma mais tranquila, com melhor consequência e melhor servindo os seus clientes, que buscam a mídia externa para complementar a sua atividade profissional.

Então, eu tenho certeza, Ver. Braz, de que amanhã nós teremos o ensejo de uma bela tarde, com a presença de todos os convidados que V. Exª já diligenciou e que são integrados, na sua grande maioria ou na sua totalidade, ao sistema que hoje trabalha em Porto Alegre nessa área. Os integrantes desse sistema há muito tempo também eram temerosos de que aqui se repetisse o trabalho feito lá em São Paulo, e, hoje, inclusive, estão solidários com V. Exª, solidários com aqueles que pensam na modernização, pensam na renovação conceitual e, sobretudo, pensam em dar uma modernidade para a ação realizada na cidade de Porto Alegre, da mesma sorte que já foi feita há mais tempo em São Salvador e que ultimamente foi feita em São Paulo, seguindo uma regra internacional que procura dar maior otimização à chamada mídia externa, que, como disse bem o Líder do seu Partido, o Partido Social Democracia Brasileira, não pode ser restrita, hoje, a um equipamento isoladamente, tem que ser olhada no todo: é da banca de revistas, passa pelo outdoor, vão para o frontlight e por aí vai.

A única coisa de que eu fico um pouco temeroso é que eu vi lá em São Paulo, Ver. João Dib, alguma coisa que me assustou: é que lá eles estão cercando os parques, com bons resultados. E outra coisa, meu caro Vereador - que há bem pouco tempo era o nosso Secretário Municipal da Indústria e Comércio, um belo Secretário: além do cercamento dos parques, em alguns empreendimentos, como no MASP, um museu tradicional de São Paulo, estão cobrando ingressos, porque chegaram à conclusão de que não havia outra forma de manter alguns locais, de que o uso público era recomendável, mas que esse uso para se dar adequadamente teria que ter algum tipo de retorno. Estive lá e não paguei ingresso, não porque era privilegiado; não paguei porque...

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. André Carús está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores: recém-empossado nesta Casa, já na incumbência de utilizar aqui o período de Comunicações, quero colocar aqui uma situação à qual, em caráter introdutório, me referi na primeira fala, que é a temática sobre o trânsito.

Hoje estamos protocolando nesta Casa dois Projetos de Lei nessa direção; no nosso entendimento, eles podem contribuir, se não totalmente, parcialmente para que se resolvam velhos problemas com novas soluções. A problemática do morticínio desenfreado que vivenciamos todos os dias em decorrência dos acidentes de trânsito, da violência que se trava nas vias urbanas é alarmante, e nada é mais apropriado do que fazermos referências a alguns dados. É importante que esta Casa e a comunidade porto-alegrense tenham ciência. Por ano, no Brasil, o trânsito provoca cerca de 35 mil mortes entre pessoas na faixa etária dos 15 aos 44 anos. No mundo, temos 1,3 milhão de vítimas fatais, conforme registros recentes da ONU, em decorrência do trânsito. Em Porto Alegre, que já possui uma frota aproximada de 700 mil veículos, tivemos, em um universo de 1,5 milhão de habitantes, nos últimos nove anos, 206 mil acidentes, deixando 64 mil pessoas feridas e causando 1,4 mil mortes. Esse dado assusta, mas, ao mesmo tempo, cobra dos representantes da sociedade determinadas providências.

Então, estamos protocolando hoje, aqui nesta Casa - certamente será apreciado por todos os colegas -, um Projeto de Lei instituindo no Calendário Oficial de Porto Alegre a Semana de Combate à Violência no Trânsito, projeto articulado, dialogado com muitas entidades vinculadas a esse compromisso, com identidade com esta matéria, e que certamente trará outros tantos debates, dada a importância do tema.

 

O Sr. Dr. Raul: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. André Carús, eu queria me somar a essa sua iniciativa tão importante. A nós, da área da Saúde, diz tão diretamente essa questão do trânsito, pois são milhares de pessoas mortas, sequeladas, sendo o alcoolismo um dos responsáveis. Mais uma vez quero saudar V. Exª pela posse. Na realidade, é a posse, aqui, da juventude do nosso PMDB, que tão bem representa o nosso Partido, com tanta militância. Realmente, essa força do jovem, essa dinâmica, com certeza, vem engrandecer a nossa Câmara Municipal. Estou incluindo aqui o Ver. Reginaldo Pujol, pelo Democratas.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Obrigado, Dr. Raul.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. André Carús, pelo aparte. Para nós, do PMDB, hoje foi um momento muito singelo, mas importante. Tivemos aqui a presença do Senador Pedro Simon até o meio-dia, acompanhando V. Exª; do Presidente do Partido, o Deputado Fernando Záchia, e de todos os Vereadores, de todos os Secretários do PMDB de Porto Alegre. Isso não é de graça. Isso é graças ao trabalho que V. Exª desempenha como Secretário-Geral do nosso Partido, desempenha com o vigor da juventude, com a sabedoria trazida desde o seu pai. Estamos muito felizes, não só o PMDB, mas, tenho certeza, todos os nossos Pares com a convivência que V. Exª vai nos proporcionar durante esses 45 dias.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Obrigado, Ver. Cecchim, amigo de tantas lutas.

Então, quero reafirmar que hoje estamos protocolando nesta Casa um Projeto que, no nosso entendimento, no campo da conscientização, no campo da educação para o trânsito, prestará um enorme serviço, para que possamos, nessa área, trabalhar com força, com afinco e termos isso regulado por lei. A Semana de Combate à Violência no Trânsito em Porto Alegre contemplará diversas ações nesse sentido e trará benefícios, é claro, para as vítimas... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Comunicações.

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, quem alguma vez, alguns anos atrás, ouviu a rádio Gaúcha pela madrugada ouviu o jornalista Jaime Kopstein todas as vezes. Aqueles que não ouviram o Jaime Kopstein leram o Jaime Kopstein em diferentes colunas de jornais. Ele trabalhou em vários jornais, e todos, eu tenho a absoluta convicção disso, veem nele um jornalista isento. Na semana que passou, falávamos sobre a Ford e aqueles recursos que a Ford estaria sendo condenada a pagar ao Estado. Eu fico contente de o Estado receber - podem ter certeza disso -, mas vai levar muito tempo. Foi colocada uma dúvida aqui de que a Ford tenha sido mandada embora; então, vamos ler parte da coluna do jornalista Jaime Kopstein no jornal O Sul, no dia 03 de junho, quinta-feira, feriado.

Diz ele (Lê.): “O que afugentou a Ford do Rio Grande do Sul foi outro mito que os marxistas têm quase como dogma: o último capitalista será enforcado com uma corda que venderá em prestações aos carrascos. A piada funciona em mesa de botequim, nada tem a ver com a realidade. Quando PT assumiu o Governo, no quadriênio 1999-2002, o que vinha pela frente foi explicado pelo novo Secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, José Luiz Vianna de Moraes, o Zeca Moraes [aliás, a Câmara o conhece bem, e eu respeito a sua memória. Ele, como Secretário da Indústria e Comércio em Porto Alegre, quando o Mercado Público ia muito mal, quando não conseguiam pagar os alugueis, achou uma solução: aumentou em 88% para ficar resolvida a situação. Mas o Ver. Adeli Sell, eu, o Ver. Fernando Záchia, o Ver. Luiz Braz e o Ver. Sebenelo reagimos e tiramos esses 88% fora.], cuja experiência no mundo dos negócios era com os camelôs da Praça XV.

“O jornalista Ayrton Centeno o entrevistou para a Zero Hora e registrou a sua matéria ‘a inversão da política industrial adotada nos últimos quatro anos, quando os privilegiados com os recursos do Estado foram grandes grupos nacionais ou multinacionais, casos da General Motors, Ford, Souza Cruz, Philip Morris, Brahma e Coca-Cola’. Minhas notas daquela época registram a recusa do Governo Olívio Dutra em cumprir o contrato assinado por Antônio Britto, pelo qual o Estado se comprometia com 418,9 milhões de reais (234,3 milhões em obras de infraestrutura e 184 milhões em financiamento de capital) mais a concessão de crédito de ICMS durante quinze anos, com doze anos de prazo para retorno. O Governador Olívio Dutra alegou que eram excessivos os incentivos e recursos prometidos para atrair a Ford e que o contrato deveria ser renegociado. Contudo, executivos da Ford foram vítimas de grosserias de assessores de Olívio Dutra nas duas vezes que, convocados, compareceram ao Palácio Piratini para conversar. Na hora da audiência, foram avisados do cancelamento, porque uma comissão de trabalhadores e trabalhadoras disso ou daquilo ‘havia chegado inesperadamente’ e tinha precedência. Foi quando a Ford decidiu não vender a corda da forca. Usou como cipó e pulou para a Bahia”.

Portanto, não há nenhuma dúvida de que perdemos muito. Hoje os jornais estão noticiando que a GM vai aplicar um bilhão de reais lá em Gravataí. Foi tanto o progresso de Gravataí, que o Prefeito Bordignon está sendo cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral - era tanto dinheiro, que ele gastou de forma indevida até. Mas é uma boa pessoa, uma excelente pessoa, diga-se de passagem. Obrigado. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidente Mario Manfro, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu gosto sempre de informar as coisas boas da nossa Cidade, e nós tivemos, neste Feriado de Corpus Christi, realmente, uma grande demonstração de fé em nossa Cidade. Neste ano, a Procissão de Corpus Christi foi iniciada no Anfiteatro Pôr-do-Sol e concluída lá na Usina do Gasômetro; estiveram presentes 40, 50, 60 mil pessoas, numa demonstração elevada da nossa fé cristã. Lá estava o nosso Presidente Mario Manfro participando da Procissão dos Navegantes.

Também, dentro deste mesmo tema, quero dizer que a Arquidiocese está comemorando cem anos de fundação. E, para comemorar esses cem anos, foi feita a Feira de Solidariedade na Usina do Gasômetro, o que demonstra, Ver. Oliboni, toda a atuação de solidariedade da Igreja Católica aqui no Rio Grande do Sul, especialmente na nossa Arquidiocese. Foi uma pena que muitas pessoas não tenham conseguido chegar lá, mas foi uma grande demonstração de solidariedade - a Igreja é responsável pela nossa espiritualidade, mas a fé sem obras não é válida. Então, a Igreja estava demonstrando a sua ação cristã, as suas obras sociais lá na Usina do Gasômetro.

Dentro da área da Frente Parlamentar do Turismo, a nossa Frentur, deveremos, na próxima semana, ter aqui uma apresentação do responsável pelo Projeto de Revitalização do Centro, o Sr. Glênio Bohrer, que virá falar para os membros da Frente Parlamentar do Turismo, Ver. Mario Manfro, sobre a revitalização, sobre as obras que estão sendo executadas e as obras previstas para a melhoria do Centro, entre as quais, que já está em andamento, a revitalização da Praça da Alfândega e a reforma do Largo Glênio Peres, do Mercado Público e da Praça XV, com o seu calçamento, com nova forma, com nova estrutura. Mas precisamos saber o que mais vem por aí, porque estamos preocupados, por exemplo, com a reforma do Hortomercado Parobé, há uma necessidade de revitalização também no Centro. Também em relação à Frentur, quero dizer que tivemos, aqui em Porto Alegre, o 1º Festival Internacional de Tango. É impressionante, Srs. Vereadores, a quantidade de bailarinos, de dançarinos de tango em Porto Alegre; nós temos mais de oito, dez escolas de tango em Porto Alegre. Vieram artistas internacionais para promover este 1º Festival Internacional de Tango. Tenho certeza de que o Professor Valentin irá desenvolver o próximo festival com grande sucesso.

Estamos na área da Frente Parlamentar do Turismo junto com a Secretaria de Turismo solicitando ao Estado a concessão de uso da Ilha da Casa da Pólvora, porque lá há um belo recanto turístico inaproveitado. Estamos pedindo ao Estado essa concessão de uso para firmarmos um convênio com a Associação dos Transportadores Náuticos para que transformem essa ilha numa grande atração turística. Só lembrando que já está em andamento a licitação do Terminal Turístico Aquaviário em Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo PT.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro; colegas Vereadores e Vereadoras, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, queria fazer aqui dois registros que os jornais, inclusive, colocam como uma das matérias principais nesta segunda-feira. O primeiro, em Porto Alegre, é sobre os dois casos de dengue contraídos aqui na nossa Cidade. Nós nunca tivemos, na história da nossa Cidade, nenhum caso assim, todos os casos de dengue foram contraídos fora de Porto Alegre. Portanto, essa é uma das grandes preocupações e demonstra claramente a falta de uma política pública de prevenção e, mais precisamente, de ampliação do número de agentes de combate a endemias em Porto Alegre.

Outro caso que também nos traz enorme preocupação e nos causa uma certa indignação, Verª Sofia, é com relação à ampliação do número de pessoas infectadas pela Aids. Porto Alegre lidera o ranking nacional! A cada cem mil pessoas, 111 estão contaminadas, Ver. João Antonio Dib; 111 pessoas contraíram o vírus da Aids por falta de uma política de prevenção. Aliás, dá a impressão de que aqui em Porto Alegre, ou no Estado, só se faz política de prevenção na época do carnaval. Isso tem que ser feito de forma permanente, todos os dias nas unidades de saúde, deve haver, no mínimo, distribuição de preservativos. Pois o Estado do Rio Grande do Sul, Ver. Todeschini, lidera o ranking nacional: a cada cem mil pessoas, 111 estão hoje contaminadas, e não há nem distribuição de preservativos nem do coquetel, que hoje deveriam ser distribuídos gratuitamente. E provo isso, se for necessário, se alguém contradisser, Ver. João Antonio Dib, porque houve um Deputado da Assembleia Legislativa que foi a Brasília para verificar o que estava acontecendo com o nosso Estado. Disseram que os recursos destinados para essa política de prevenção e de compra do coquetel haviam sido liberados para o Estado, e ele preferiu aplicar os recursos e não comprar a medicação. Vejam só o descaso, a falta de política pública que o Estado e o Município têm para com os cidadãos! E aí percebemos, claramente, Porto Alegre liderando o ranking nacional de pessoas contaminadas.

Portanto, vimos aqui fazer esse registro. Nós nos indignarmos com esse tipo de política. André, tu, que chegas aqui na Casa e que fazes um belo discurso - sejas bem-vindo -, percebes claramente que, na questão da drogadição, principalmente no combate ao crack, não há nenhuma política de ampliação de vagas para esse tratamento. Somente no PACS Cruzeiro há 16 vagas, mas na Rede, onde poderia ser ampliado, seja nas clínicas terapêuticas, apenas três estão credenciadas para, na verdade, operar uma possível internação, que dura de seis meses a um ano para o tratamento. Nós não temos cem vagas em Porto Alegre. Em Belo Horizonte, para terem uma ideia, há mais de quinhentas vagas, dito aqui pela Frente Parlamentar de Combate às Drogas que esteve em Porto Alegre. Pois Porto Alegre está muito aquém das necessidades, eu tenho certeza absoluta de que os colegas Vereadores estarão junto conosco nessa política de prevenção e na política adequada para o combate às drogas em Porto Alegre e mais precisamente para que haja recursos necessários. Afinal de contas, nós percebemos, anualmente, que os recursos são destinados na Peça Orçamentária, mas lá na ponta, lá no dia a dia, as coisas não acontecem. E os cidadãos continuam esperando seis meses, um ano para uma consulta com especialista. E a Central de Marcação de Consultas continua sucateada, isto é, ainda é por telefone, ainda não foi informatizada. Hoje esse sistema não atende mais às necessidades da nossa Cidade. É preciso pensar num modelo inovador, mais rápido, mas, mais do que isso, que atenda às necessidades imediatas da população, porque, pelo que percebemos, as Emergências continuam lotadas, e o Poder Público ausente das políticas de prevenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meus senhores e minhas senhoras, eu gosto muito de ouvir o nobre Ver. Aldacir José Oliboni falar sobre Saúde, porque é um assunto de que ele entende bastante, mas, às vezes, ele é um tanto quanto tendencioso tentando atribuir ao Estado, tentando atribuir à Prefeitura os desmandos na Saúde neste País e consequentemente na cidade de Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul; mas não é bem assim, não!

Em primeiro lugar, eu quero dizer que a campanha de alerta contra em relação à Aids é feita permanentemente, tem até um nome - GAPA -, para cuidar daqueles que, infelizmente, são atingidos por essa doença infame que dificilmente tem cura. Se é que tem cura, mas, se não tem cura, pelo menos se consegue manter o indivíduo estável e em boas condições, principalmente as jovens mães. E não é só culpa do Estado, ou do Município, que não têm remédios.

No ano passado, esta Casa fez uma proposição, uma indicação ao Presidente da Câmara Federal, Michel Temer - e recebi resposta -, dizendo que a regulamentação da Emenda Constitucional nº 029/2000 precisava ser votada. Eis que em 2008 o Presidente Lula usou todas as forças, toda a sua Bancada de apoio - e, lá, a Bancada de apoio, em razão das vantagens que recebe, é submissa ao Presidente da República -, e o Presidente Michel Temer respondeu a esta Casa dizendo que estava esperando uma oportunidade para colocá-la em votação ou no ano passado ou neste, o que não ocorreu nem no ano passado, nem agora. Mas lembro bem que em 2008 eu ligava a televisão no canal 18, para ver como estava o dia de votação lá, e essa matéria não era votada porque o Presidente não queria.

O que tem que ser feito? Dez por cento da arrecadação tributária da União dever ser aplicada na Saúde, mas não se aplica nem 4%. E, às vezes, suplementam-se outras verbas em cima desses 4%. Tentou-se, inclusive, transferir a verba do Ministério da Educação, do Hospital Escola, para despesas com a Saúde. No entanto, o Presidente da República não conseguiu isso. Então, eles, na verdade, não deram o dinheiro. Mas parece que essa última Marcha dos Prefeitos movimentou os ânimos dos Deputados, até por ser ano eleitoral, e eles dizem que agora a Emenda Constitucional nº 29 precisa ser votada. Se votarem, muito da Saúde vai melhorar, podem ter certeza, porque não há ninguém - seja Prefeito, seja Governador, de que Partido for - que não queira ajudar a população mais necessitada para o atendimento à Saúde. Eu não conheço ninguém, e não interessa de que Partido for. Ele simplesmente, como Prefeito, procura Saúde, Educação, habitação e segurança. Qualquer Prefeito que esteja na condição de Prefeito procura fazer isso.

Então, não adianta dizer que a Saúde está mal. Está um pouco melhor do que esteve, é verdade, mas está mal mesmo, eu também estou de acordo. Agora, não vale dizer que no passado as coisas funcionavam bem. Eu volto a dizer que, quando o Dr. Pedro Gus assumiu a Secretaria de Saúde do Município, havia represadas milhares de cirurgias - milhares! Ele fez quatro mil e poucas cirurgias. Claro que outros médicos ajudaram, não foi ele o cirurgião, mas todos os médicos, todos os hospitais; todos se interessaram em buscar uma solução para aquelas pessoas que há tanto tempo esperavam, e eles conseguiram resolver o seu problema. Ver. Aldacir José Oliboni, confio nos Prefeitos, confio nos Governadores, mas desconfio do Presidente da República, porque ele não quer dar o dinheiro para que a Saúde seja resolvida neste País. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum, requerida pelo Ver. Aldacir José Oliboni. (Pausa.) (Após o fechamento do painel eletrônico.) Temos dez Vereadores presentes. Não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 15h58min.)

 

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